NEGÓCIOS SOCIAIS / SETOR 2.5 / O QUE É ISSO?

Muito tem se falado, ultimamente, em negócios sociais, ou negócios do setor 2.5.

 

O próprio nome remete a alguma coisa entre uma empresa e uma ONG, ou entre o terceiro setor e o segundo setor (setor das empresas privadas).

 

Em sua essência ou propósito é isso mesmo! Um negócio social é uma empresa que tem finalidade social, ou melhor ainda, finalidade de gerar impacto social.

 

Os negócios sociais, ou negócios do setor 2.5, se constituem na forma de uma empresa privada, qualquer uma das formas previstas no Código Civil, pode ser uma empresa limitada, pode ser uma sociedade anônima.

 

Ao contrário das ONGs (associações sem fins lucrativos) os negócios sociais almejam lucro, e das ONGs trazem a semelhança do propósito: impactar positivamente a sociedade.

 

Nos negócios sociais o objetivo fundamental, a espinha dorsal da atividade, é gerar impacto social, é melhorar a sociedade ou comunidade através das suas atividades, produção de produtos ou prestação de serviços. O lucro, nos negócios sociais, também é almejado, porém ele é reinvestido na atividade empresarial.

 

Pode ser totalmente investido, ou parcialmente investido, visando neste último caso, reembolsar o investimento inicial aportado ao negócio.

 

A ideia do negócio social surge de alguma vulnerabilidade social. O empreendedor identifica uma vulnerabilidade na comunidade e a partir dela cria um negócio social, uma empresa, que vai gerar lucro para se manter e progredir, atingindo seu propósito maior: impactar positivamente na solução da vulnerabilidade identificada.

 

Talvez o maior e pioneiro exemplo de um negócio social seja o Grameen Bank, um banco que trabalha com microcrédito, fundado em Bangladesh, pelo Professor Yunus, o “banqueiro dos pobres”. Através do empréstimo de pequenas quantias, às vezes 1 dólar, o banco tira da miséria as comunidades atendendo, hoje, em mais de 80 mil vilarejos.

 

No Brasil, inúmeros são os negócios sociais de sucesso. Na mesma linha do microcrédito temos o Banco Pérola, que empresta dinheiro a baixo custo para jovens empreendedores iniciarem seus negócios.

 

Nascida da vulnerabilidade da moradia digna, a Terra Nova Regularizações Fundiárias, viabiliza a regularização de áreas invadidas, promovendo a conciliação entre o dono da terra, as famílias e o Poder Público. As famílias remuneram o dono da terra, e o Poder Público, com o dinheiro que gastaria em desapropriação e indenização, investe na concessão dos serviços públicos primordiais: água, esgoto, iluminação pública.

 

O negócio social paga impostos como qualquer empresa do setor privado, não goza das imunidades das ONGs, porém, como pode e deve gerar lucro, encontra com mais facilidade, investidores que se identifiquem com seu propósito.

 

É mais uma maneira de empreender com propósito!

 

Glaucia Barreiro

Advogada – Barreiro e Mazarotto Sociedade de Advogadas